O tempo roubado ao brincar
O tempo roubado ao brincar Vivemos numa sociedade apressada. Uma sociedade que mede o valor do tempo pelo que se produz, e não pelo que se vive. O andar depressa tornou-se uma virtude e o “não ter tempo” um símbolo de importância, de uma agenda ocupada. Neste atropelo diário e nesta corrida desenfreada por querer fazer, há um tempo que se perde sem que muitos deem por isso, o tempo de brincar. O brincar, essa ação simples, ancestral, linguagem de infância, espaço de descoberta, ensaio de vida, está a desaparecer dos dias das crianças. É substituído por agendas preenchidas, atividades estruturadas, ecrãs e pressas silenciosas. O brincar, aquele que nasce do nada, que cresce da imaginação, que se inventa a partir do nada, tornou-se quase raro, exagerando, um luxo. Há quem diga que brincar é perder tempo. Mas, é precisamente no brincar que a criança o encontra: o tempo que se alonga, e quase não termina, que se enche de mundos imaginários e invisíveis aos olhos dos outros. No brincar, o t...