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Votar, um Direito à participação na Educação de Infância (e na Sociedade)

Votar, é um direito.   O dia de hoje torna-se, de facto, um momento que nos remete à reflexão, nomeadamente, porque somos chamados a cumprir com o nosso Direito e Dever Cívico, votar. Somos chamados a Ser Sociedade e a contribuir para que a mesma seja decidida por todos os que dela fazem parte.  A sensibilização para este ato, conquistado no nosso país há 50 anos, é algo que deve ser valorizado e, acima de tudo, sensibilizado na Educação. Falar do direito ao voto é dar a palavra, é dar a possibilidade de escolha e de participação.  Sensibilizar os mais novos para a importância deste ato, é algo que deve acontecer desde cedo, de modo a que, enquanto cidadãos, se tornem conscientes e ativos na sociedade a que pertencem.  Viver o Jardim de Infância, o grupo, a turma (nos restantes ciclos), é reconhecer que são microssociedades, como tal, cada um assume o seu papel. São distribuídas tarefas importantes de serem cumpridas, de modo a que o grupo esteja em harmonia e cada um se sinta útil, va

Ser afeto na Educação (de Infância)

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A relação entre o adulto e as crianças desempenha um papel crucial na educação de infância. Este vínculo não é apenas um elemento facilitador, é um alicerce fundamental para o desenvolvimento saudável e integral das crianças. Os educadores de infância e auxiliares de ação educativa desempenham um papel fulcral na construção dessa relação. A atitude que revelam vai para além da transmissão de conteúdos, segue rumo ao desafio em prol da confiança, envolve a criação de um ambiente seguro e afetivo, no qual as crianças se sentem capazes de explorar, aprender, transmitir, partilhar de um modo livre. Falar da relação em educação (de infância) é reconhecer que esta só se constrói quando existe confiança mútua. Planear um ambiente desafiante, um cenário de oportunidades é promover a confiança nas crianças, elogiar e incentivar a partilha dos seus pensamentos, dúvidas, descobertas e principalmente, dos sentimentos. Essa confiança prepara as crianças para a aprendizagem, permite que se sintam va

Brincar é a melhor tarefa para as férias.

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Ai as férias… e a necessidade de lhes dar trabalhos de férias! Em tempo de férias, e não só, é recorrente que os hipermercados e as livrarias incentivem a compra de manuais. Criam-se locais de destaque e, desta forma, enganam-se os compradores com slogans de incentivo à preparação para o ano escolar. De acordo com o que dizem “aconselha-se a que não percam o ritmo escolar”. Mas o que é o ritmo escolar na Educação de Infância e não só? Não existe. Existe o ritmo individual, incentivado no interesse das crianças em brincar, que inclui, questionar, procurar soluções, desenvolver planificações e mapas mentais, pô-los em prática, criar relações com os outros, ser autónimos, independentes e proativos. Mas voltemos aos manuais expostos, abruptamente, nas prateleiras dos hipermercados. Frases como, “preciso de um livro com tracinhos para ele/ela treinar”, “quero um livro com números para ele/ela escrever”, “ele/ela precisa de estar entretido com números e letras, quero um livro”, “ele/ela está

Brincar e o desenvolvimento Cerebral

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As  descrições de práticas na Educação de Infância afastadas do que realmente importa, continuam a surgir de forma incessante. Por incrível que pareça, continua-se a insistir em práticas que valorizam os tracejados, os números, as letras… tudo o que os afasta de ser crianças.  Por incrível que pareça, continua a existir a urgência de refletir acerca do brincar.   Reconhecer a importância que o brincar assume no desenvolvimento integral das crianças, é refletir na necessidade de construção de uma boa estrutura educativa, que deve ser centrada nas oportunidades, vivências, desafios e ambientes positivos e estimulantes. Acima de tudo, é permitir dar-lhes tempo para fazerem o melhor que sabem: brincar. Mas é preciso dar tempo! Os caminhos que se constroem durante o processo do brincar, vivem, de um modo direto, o processo de aprendizagem. Inevitavelmente, brincar é um processo que nos transporta para o conceito de adaptação e de evolução da espécie, sendo evidente a necessidade de aquisiçã

"A minha filha só tem nódoas negras nas pernas, estejam mais atentos!"

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"A minha filha só tem nódoas negras nas pernas: estejam mais atentos!" Quem nunca ouviu esta frase? No fundo esta frase associa-se, diretamente, ao brincar, às atividades que as crianças desenvolvem e, muito importante, à vivência de uma infância que prevê o risco, o cair, mas do que isso, o levantar. Obviamente que, enquanto profissionais de educação, o cuidado com as crianças, pelo seu bem-estar, pela sua segurança é algo que nos faz estar atentos e no qual centramos a nossa prática. Permitir que as crianças brinquem no exterior, no interior, pressupõe um conhecimento do espaço, de modo a que se previnam situações de acidente. Somos responsáveis por conhecer os espaços que se tornam espaços de brincadeira. Mesmo que, posteriormente, tenhamos a sensibilidade de envolver as crianças na consciência para os cuidados a ter. Nestes momentos, fantásticos, de brincadeira quer no exterior, quer no interior, as crianças iniciam um processo mental, e expõe-no no modo como o praticam.

Valorizar o SER em construção: transições

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A articulação e dar continuidade a processos de aprendizagem são aspetos que, realmente, são bichos de sete cabeças e que, no fundo, vêm revelar a desvalorização das fases anteriores ao ciclo em que se encontram. Se cada vez mais há a defesa de transmissão de conhecimentos entre docentes, entre educadores, porque se continua a ignorar este processo de transmissão que facilitam e tornam as transições em momentos mais harmoniosos e centrados nas crianças? Está na altura de olharmos para cada fase de vida das crianças de forma séria, de forma valorizada. Cada momento é importante e fundamental. Saiam do vosso pedestal e sejam humildes para escutar e ouvir quem passa e passou os últimos anos de vida com aqueles que irão receber. Mais do que perceber se o comportamento é adequado ou não, não é urgente perceber os percursos que delinearam, há muito além do comportamento. Ignorar estes momentos de conexão e de partilha é ignorar anos de infância, crescimento e aprendizagens. É a desvalorizar

Saibamos agradecer, sempre, às crianças!

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Ao longo do ano surgem, sempre, agradecimentos a todos os que vão intervindo nas práticas diárias,  desde a creche a qualquer fase da educação. Agradecemos aos educadores pelo trabalho desenvolvido e a relação entre os conhecimentos e o respeito das crianças. Agradecemos aos auxiliares de ação educativa o cuidado e o empenho por fazer com que as crianças se sintam bem. Agradecemos a todos os que participam na vida escola: porteiro, motorista, cozinheiros... todos. Agradecemos, ainda, aos pais por se envolverem na vida escolar, nos desafios lançados para casa, que tantas vezes o fazem de modo contrariado, a participação na escola, o envolvimento nas dinâmicas propostas. Agradecemos. Mas, o principal agradecimento fica por vezes esquecido: às crianças. De facto, temos de reconhecer e saber agradecer: - Por nos desafiarem diariamente a ir ao encontro daquilo a que eles realmente têm interesse; - Por permitirem que cheguemos às suas dificuldades, ás suas fragilidades e caminhemos juntos pa

Tanto há a fazer pela dignidade da infância

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Hoje em dia falar da infância tem-se tornado algo banal e acessível a todos, no entanto, através dos famosos achismos e dos detentores de toda a razão, se tiram conclusões rápidas e diretas em prol do que se considera o bem necessário para o desenvolvimento das crianças. A futilidade impera. As redes sociais são, cada vez mais, invadidas por plataformas com recursos digitais, que se dizem beneficiar o desenvolvimento das crianças, por publicidades de manuais que se dizem ser uma mais valia na preparação para a transição para o 1º ciclo,… Uma panóplia de situações que nos deixam a pensar, realmente, na dignidade da infância. Torna-se muito curioso que, cada vez mais, exista a necessidade de se falar acerca do brincar, algo que seria suposto acontecer de um modo natural na vida das crianças. Esta temática acaba por nos levar a uma reflexão muito pertinente, de facto, cada vez mais, as crianças estão afastadas do brincar e mais centradas nos objetivos, que se consideram fundamentais para

Arraiais, Finalistas e Cartolas

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  Final de ano a aproximar-se e as preocupações mudam, substancialmente. As prioridades mudaram de um momento para o outro, e o discurso parece ter mudado um pouco. Ou seja, passámos um ano letivo a defender os diretos das crianças, a valorizar o SER criança, mas tornamos este final de ano num verdadeiro terror de peças de teatro, canções, danças, e afins, tudo para que os arraiais aconteçam e as crianças sejam, mais uma vez, o foco de atenção. No entanto, para serem esse foco passaram semanas a ensaiar algo que nunca tinham feito, algo que não reflete o ano que passaram, mas vale tudo! Lá começam as febres das festas de final de ano, associadas às festas de Finalistas…. E mesmo sabendo que a maioria ira transitar de ciclo, ou de etapas, falando na creche e na educação pré-escolar, cada mudança leva a uma festa de finalistas… à construção de cartolas reluzentes e brilhantes, que acabada a festa tem o seu destino marcado: lixo. É um tempo gasto em prol de um embelezamento que as pró

Evidências de práticas: encomendas para redes sociais e outros tais!

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Observar, Planear, Registar, Documentar, Avaliar, Agir,  porque fazemos e com que intuito?  De facto, estas ações fazem parte das nossas competências de Educadores de Infância, como tal, merecem a nossa melhor atenção e cuidado.  Ao aceitarmos o desafio desta profissão, deveremos ter consciente o peso que ela acarreta e, como tal, devemos estar conscientes do que publicamos e porque publicamos as práticas nas redes sociais ou nos grupos de pais.  A valorização da profissão passa, acima de tudo, pela forma como revelamos o nosso trabalho, as nossas práticas que promovem a escuta e o envolvimento das crianças. Aliámo-nos às tecnologias com o intuito de reforçar o que observamos, de registar momentos que consideramos importantes e que revelam o percurso que as crianças tiveram, levando a que exista um estreitamento na comunicação entre intervenientes. Estes registos ajudam-nos, acima de tudo, a reforçar o que avaliamos, ajudam-nos a comunicar com as famílias de um modo simples e direto, n

No dia do Jardim-de-Infância (e da Creche) saibamos dizer: Obrigado!

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Hoje homenageiam-se os estabelecimentos de Educação de Infância: Jardins-de-infância e Creches. Homenageiam-se os Educadores de Infância, os Assistentes Operacionais, Auxiliares de Ação Educativa, Cozinheiras, Auxiliares de Limpeza, Porteiros, Assistentes Administrativos e todos os que permitem que os Jardins-de-infância e as Creches funcionem em prol da qualidade na Infância. Centremo-nos no importante, permitir que as crianças vivam uma infância feliz. Centremo-nos nos seus interesses e não nas atividades a metro que tendem a mostrar uma falsa qualidade da Educação de Infância. Centremo-nos na importância que o brincar assume na vida dos mais pequenos, porque de facto, é um fator preponderante nas escolas que respeitam as crianças e fazem máxima  a criança enquanto centro da educação . Centremo-nos na necessidade de criar relação entre todos os intervenientes, de modo a que, todos sejam chamados a participar e a ser parte integrante da construção de um futuro. Centremo-nos no importa

Quando o “não consigo” é barreira.

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Diariamente, esta expressão, não consigo, deve ser aquela que mais escutamos, aquela que dizem sem pensar, fruto de insegurança e de uma exigência desmedida e fora do seu alcance. O que promovemos, que comportamentos exigimos, que pensamento estamos a criar? Tem sido recorrente, ao longo dos anos, a fragilidade dos pequenos se notar através de expressões que denotam uma baixa autoestima, uma dificuldade enorme em reconhecer as suas potencialidades e as suas capacidades. Esta expressão que, aparentemente, soa a não tentar, leva a uma reflexão ainda mais profunda. Numa sociedade de competição, em que todos têm de ser os melhores, as responsabilidades que se colocam nos seus pequenos ombros, elevam a inconsciência das suas capacidades, tornando-os seres inseguros, incapazes de ousar, ou sequer, de construir uma opinião fundamentada. A nossa forma de ação deve ser de encorajamento, deve ser de estabelecer pontes entre o que são e o que conseguem, atribuindo um significado fundament

Calças rotas, joelhos esfolados, mas de sorriso no rosto!

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A rua tem sido uma aventura, mesmo quando nem todos entendem o seu verdadeiro significado para as crianças. Quando a rua se torna um espaço de aventura e os adultos o permitem, de facto,  as idas à rua tornam-se únicas, especiais, diferentes a cada dia que passa, mesmo que o espaço seja o mesmo, a imaginação e a criatividade de cada um, de cada criança, torna esse mesmo espaço exterior único, um palco de vivências Por entre espadas e tubarões, princesas e dragões, fogueiras e fogões, não há limites para a criatividade, para a aventura. Não há limites para o brincar. É um momento único, em que apenas sabemos onde inicia, para onde vai, que caminho seguem, que cenários de brincadeira constroem, que mapas mentais elaboram só eles o sabem… nós, observamos, potencializamos e, mais do que tudo, valorizamos este tempo. Nestes tempos de correria, de cumprimento de horários, haverá melhor do que permitir que brinquem ao sabor do seu tempo?  Haverá melhor tempo na planificação do que as idas par

Grupos de WhatsApp de pais, um obstáculo ou uma potencialidade?

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É sabido que, anualmente, surgem grupos de WhatsApp que tendem a ser uma forma de comunicação entre pais dos grupos de escola. Com que propósito surgem? Surgem, acima de tudo, para evitar o fosso da comunicação entre eles e entre a escola. No entanto, estes grupos perdem-se em significados e problemáticas que tantas vezes afetam o funcionamento das salas ou das próprias escolas. A questão que se coloca é, estes grupos são de facto uma potencialidade ou um obstáculo? Habituamo-nos ao imediato, ao ter as respostas no momento, a expor situações que surgem e a recolher o maior número de opiniões que valorizam e/ou validam comportamentos. No entanto, estes grupos tornam-se, tantas vezes formas de criar quezílias com quem está diariamente com os alunos em sala, tornam-se em guerras familiares sem se entender bem porque surgem. O que se pretende com os grupos que funcionam como obstáculo? Nada! É preferível não existirem. Há, também, os grupos que se tornam, realmente, grupos que promovem a p