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A mostrar mensagens de janeiro, 2019

Brincar na rua ou não, eis uma bela questão!

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Brincar na rua ou não brincar, eis uma bela questão!  Se está frio, não se podem constipar.  Se está a chover, não se podem molhar.  Se está vento, não o podem sentir.  Se está calor, não podem suar.  Se... Se... Se... Seja qual for o estado do tempo, a sala/casa é o melhor sítio para brincar.  Se saem à rua, não podem correr.  Se veem uma árvore, não a podem trepar.  Se têm uma poça, não podem chapinhar.  Se veem a relva, não podem rebolar.  Se encontram paus, não lhes podem tocar.  Se há lama por perto, por favor, cuidado, que se podem sujar!  Se... Se... Se... Tantos "ses" para evitar aquilo que melhor sabem fazer: brincar!  Tantas prioridades estabelecidas ao longo do dia, mas tão pouco coerentes, tão pouco direcionadas aos principais interessados!  A nossa capacidade de olhar para o que eles fazem, torna-se um verdadeiro obstáculo à valorização de cada exploração, de cada envolvimento, de cada brincadeira desenvolvida por eles. Nã

Carta aos pais das crianças que tive, que tenho e que terei

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Carta aos pais das crianças que tive, que tenho e que terei...  O ano vai a meio, a necessidade e o interesse das crianças vai alimentando o trabalho a desenvolver em sala, ou fora dela. Os pais estabelecem metas, ansiedades, expectativas. Alguns, tornam-se conscientes de que o trabalho desenvolvido não pretende que seja escolarizado. Valoriza-se o brincar e, ao fim destes meses, quão rico tem sido permitir que brinquem sem medida.  Bem sei que ficaram preocupados, pelo facto de ser homem, um educador homem. E que, quando me conheceram, nas famosas reuniões de apresentação, vos veio à memória casos de violência, preocupações sociais, mas, mais grave do que isso, preocupações relativas a casos de pedofilia. Todos estes sentimentos, enquanto me apertavam a mão e esboçavam um sorriso acompanhado de palavras: ”Prazer em conhecê-lo!”  A todos, os que leem esta carta, digo-vos, com toda a certeza: “apenas” quero que os vossos filhos sejam felizes na sala onde estou, “ape

Estive doente em casa! Tomei o remédio cor de laranja, mas vim à escola!

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A febre, esse maldito estado, que faz com que os pequenos fiquem prostrados, sem vontade de se mexer, sem vontade de estar na escola  e que a todos atinge. De manhã, é dado o recado: “Passou bem a noite, está tudo bem!”. Com o passar do dia, ou logo pela manhã, vamos verificando no olhar, nas atitudes, que algo se passa.  Já os conhecemos, minimamente, para reconhecer que algo não está bem! Ao longo do dia procuram-nos para os abraçar, para se aninharem a nós, ou, simplesmente, para se agarrarem às nossas pernas.  Além de momentos de afeto, procuram chamar-nos a atenção para o seu estado, tentando nos mostrar  que algo não está bem.  O nosso instinto, o nosso conhecimento acerca do grupo, acerca de cada criança, já nos permitiu tirar algumas conclusões: não estão mesmo bem...   Os pais deixaram os filhos na escola logo pela manhã e, sem referir, sequer, que a criança não passou bem a noite, seguem o caminho como se nada fosse.  À medida que o tempo passa, o estad

Fomos felizes a brincar na rua, mas não deixamos que eles o sejam!

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Os dias frios têm feito com que, milhares de crianças, fiquem enclausuradas em espaços fechados, sem ar fresco a correr, sem ar puro para respirar, sem ar do exterior. Respiram, apenas, o ar quente da sala, aquecido pelos aquecedores que aquecem, de forma ensurdecedora, a sala.   O recreio do exterior permanece vazio. Os agasalhos e as camadas de roupas acompanham os pequenos, de tal forma, que por vezes até dificulta os movimentos e as atividades que desenvolvem.  Os avisos dos pais não param! Não se permite que as crianças andem na rua, que sintam o frio, que brinquem no espaço exterior. Apesar de virem prevenidos com casacos, cachecóis, luvas, gorros,… não é permitida a exploração ao ar livre, não é permitido sentir o frio, a geada, ou, em algumas situações, a neve. Fecham-se entre quatro paredes e, ali, desenvolvem as suas atividades, assim como acontece todo o ano, esteja sol, chuva, ou frio… Por que razão não se aproveita o espaço exterior em qualquer altura do a

E com os pais, que relação estabelecemos? Aliás, que relação queremos estabelecer?

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O 2º período iniciou.  As férias já ficaram para trás e, para alguns, o regresso à escola faz-se a conta gotas. Ao início do dia, o choro é recorrente e os abraços são a melhor forma de confortar estes pequenos. O tempo de férias fez com que se tivessem esquecido da rotina, com que se habituassem a uma rotina diferente daquela a que estavam a seguir. Nós, educadores, volltamos em força, com o objetivo de promover momentos de respeito, escuta e bem-estar!  Mas, deixar para trás o 1º período, é sinónimo de refletir no que fizemos, no tempo que dedicamos a cada criança, ao grupo, às colegas, aos pais. São reflexões que, por vezes, ficam esquecidas, mas que, deveriam surgir, não apenas no final do período mas, diariamente.  Esta nossa reflexão leva a que, educadores, auxiliares, professores,... melhorem as respostas que se dão a cada um dos intervenientes. São reflexões importantes que nos fazem crescer profissionalmente. Mas, mais uma vez se refere, nem sempre estamos predisp