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A mostrar mensagens de abril, 2018

Sem darmos por isso, adormeceu.

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Sem darmos por isso, adormeceu.  A postura dobrada que assumia, aparentava um sono descansado, um momento de necessidade pura.  O guerreiro, que até então parecia ter uma energia inesgotável, descansa.  O seu corpo, frágil e em crescimento, cambaleia de um lado para o outro, até encontrar o seu equilíbrio.  Adormeceu...  Está descansado...  Essa é a sua necessidade...  Apesar de considerar de extrema importância o sono, o local não é o mais indicado,  a postura que assume, não é a mais correta.  Adormeceu... à mesa... a almoçar.  Nem terminou a refeição e já está a dormir na cadeira.  As mãos continuam sujas, o cabelo confunde-se com a massa esparguete com a qual brincou e a levou à cabeça. A cara mantém uma máscara difícil de retirar, são máscaras raras, que só surgem nestes momentos de refeição. Mas, apesar do seu estado, continua a dormir.  Ao chamar por ele, não responde, mantém-se perdido pelo seu sono.  Insisto e acorda.  Bebe a s

Folhear um livro: adquirido!

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 A confusão está instalada na sala.  Confusão aos olhos dos adultos, aos olhos dos mais pequenos será brincadeira.  No entanto, o chão é menos visível, devido à enorme quantidade de brinquedos que o cobrem.  Estas explorações e interações com os outros, fazem com que se centrem nos seus reais interesses, que representem aquilo que foram descobrindo. É feito pela forma como se tocam, como se relacionam, como brincam.  Para a mesa correm dois pequenos, um deles leva um livro na mão.  Atento, folheia, palra e aponta.  Silêncio, estamos na hora do conto!  Como se soubesse ler, conta a história através de sons, deixando que a sua capacidade de ler imagens flua e se torne mais rica.  O seu companheiro de leitura mantém-se atento,  segue o dedo que aponta delicadamente para as imagens e ouve o texto que é lido. Os dois viajam por entre páginas de imaginação, criatividade, de interação...  Viajam pela aventura da leitura.  Ao observar este PEQUENO comportamento, apenas reg

A primavera chegou...

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Sabiam que a primavera já chegou?  Apesar dos dias envergonhados e chuvosos, finalmente o sol decidiu brindar-nos com o seu calor e a sua vontade de nos receber na rua!  Mas, estamos na sala... Ansiosos por irmos lá para fora, para irmos explorar o que há de melhor: a rua.  Enquanto não conseguimos sair, subimos um pequeno degrau que nos abre as portas da imaginação e da liberdade. Com ele, e um pouco mais altos, observamos pela janela as andorinhas a voar, a fazer os seus ninhos, a formar as suas famílias e a mantê-las unidas.  Da sala vemos os carros que andam apressados de um lado para o outro, as pessoas a passar a toda a velocidade, ansiosas por chegar sabe-se lá aonde, ... E nós, continuamos só a olhar, a observar através desta janela, a tentar assimilar o maior número de informação...  Dizem que na rua também se aprende, mas hoje estamos só à janela, porque ainda não tivemos tempo de ir para a rua.  Apesar da primavera ter chegado, é lá fora que se vê isso a aconte

Hoje ficou a chorar...

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Hoje ficou a chorar. De manhã a entrada na sala não foi fácil. Apesar de estar já adaptado, o choro foi a forma que encontrou para expressar a dificuldade que sentiu para esta transição. "Pai"... Chamava ele. Apesar de ter a chucha para o acalmar, a fralda para o aconchegar, não era o suficiente. O conhecimento que vamos construindo ao longo do dia, do ano, faz com que consigamos olhar para cada um destes pequenos e saibamos o que fazer. Mas, mais importante de saber o que fazer, é saber o que precisam. E, neste momento, apenas precisa de mais atenção, de um abraço, de colo. Neste momento, precisa de acalmar o coração acelerado e sentir-se seguro e tranquilo, nos meus braços. Neste momento, precisa que lhe digam "acalma-te, porque tudo isto faz parte do teu crescimento". No entanto, este sentimento aperta-nos o coração e faz-nos repensar na nossa forma de receber os mais pequenos, direciona-nos para cada um, para cada necessidade, para cada individuali

Sombras

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O sol espreitou pela janela. Os raios entravam de leve pela sala, onde pequenos exploradores deliravam com as brincadeiras com um #istonãoéumlençol...  No chão, o sol chamava a atenção dos mais pequenos para as sombras que teimavam em não deixá-los em paz.  Com atenção, olhavam para a janela, para o sol, para as sombras que estavam no chão e brincavam com elas como se de um objeto e se de um brinquedo se tratasse.  Preocupados, embrulhamo-nos em papeis, em planificações mirabolantes, cheias de complexidade e cheias de nada. E, quando olhamos para o interesse que estes pequenos revelam, questionamo-nos, valerá a pena embrulharmo-nos em objetivos complexos e atividades desapropriadas, quando a simplicidade ganha um valor que jamais poderíamos imaginar? E tu, já alguma vez te sentaste e brincaste com a tua sombra? Se não o fizeste, do que estás à espera, será um exemplo de aprendizagens para aqueles que estão contigo diariamente, e isso, será o suficiente para desencadear uma b

Sestas e mais sestas....

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A sesta já devia ter terminado.  A hora de acordar já passou.  Acordado, está apenas um, mas mantém-se sossegado, parece não estar bem, daí os cuidados para ele sejam maiores, maior atenção e companhia.  Os outros mantêm-se deitados com a respiração tranquila e marcada por um ritmo lento.  Hoje o sono prolongou-se...  Deviam acordar, já passou a hora de os levantar!  Posto isto, vamo-nos atrasar a mudar as fraldas, nas idas à casa de banho, na arrumação da sala e na hora do lanche.  Vamo-nos atrasar, porque continuam a dormir um sono profundo e descansado, porque até a música do CD, aquela que os embala, já terminou e o silêncio permite que se mantenham relaxados e tranquilos nos seus son(h)os.  Continuamos a ouvir os sons das chuchas e mantêm-se agarrados à fralda que os aconchegou e aconchega durante a sesta.  "Acordem, está na hora de levantar! Estamos atrasados!!" Grito cá dentro,... mas de um modo abafado continuo a apreciar o som calmo que por ali reina

A grande velocidade...

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Na rua, ao sol, a aproveitar esta manhã calma e de brincadeira, passeiam-se pelo parque na ânsia de descobrir o que ainda não foi descoberto.  Brincam sozinhos ou com outras crianças, aprendem e esforçam-se para se desafiarem em relação ao que já fazem. Aventuram-se e saem da sua zona de conforto. Apoiados pelos mais crescidos, permite-se que os desafios que vão sendo lançados sejam reflexo das necessidades e interesses individuais.  Eu disse individuais?  De facto, sim! O desafio é conseguirmo-nos desafiar, a nós próprios, levando a que apoiemos cada um de forma individual, para que o nosso contributo possa ir ao encontro de uma necessidade real e não de uma necessidade ou interesse dos adultos.  Mas voltando ao parque exterior...  As correrias pelo chão vão acontecendo, as brincadeiras nas casinhas levam a que representem pequenas situações que vão vivendo e tornando-as elementos importantes dessas representações.  A toda a velocidade, percorrem o parque nos seus veículo

Silêncio

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Shiuuuu! Silêncio! Dizem que o sono anda por aí, viaja de olho em olho para acalmar corações mais acelerados, para ajudar a acalmar, para deixar que o descanso e a tranquilidade sejam uma experiência para cada um...  Alguns, lutam contra ele, agarram-se ao que podem, para não deixar que o sono tome conta dos seus olhos, do seu corpo. No entanto, festa aqui e ali, bocejo aqui e acolá, acabam por adormecer, confortados pelo silêncio, pelo toque, pela tranquilidade que os embala um a um e os leva a viajar por terras do son(h)o... "umacaixacheiadenada Rui

Ele, o sol, voltou

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O sol voltou a entrar na nossa sala sem pedir. Invadiu o nosso espaço e depressa houve quem reparasse na sua presença.  Já sentiste o sol a tocar-te nas mãos?  Já brincaste com ele e fizeste com que os seus raios brilhassem na tua cara e mãos?  Quem é que se lembraria de brincar com o sol?  As crianças...  O Sol fez com que o pó, que andava por ali perdido, brilhasse e fizesse com que pequenos o quisessem apanhar, ou simplesmente lhe tocar com os seus pequenos dedos.  Alguns, sentem apenas o sol a tocar-lhes nas mãos e deixam-se acalmar ao som dos risos dos colegas, sentem as mãos a aquecer com o atrevido que acabou de passar pela Janela...  Sol, és sempre bem-vindo!  E continua a tornar este pequenos momentos em experiências de luz e cor!  Estamos de braços abertos para te receber! #umacaixacheiadenada

Abraços

Abraços... Que valor terão estes abraços inocentes?  Porque razão abraçam sem medida e sem pensar ?  Serão eles abraços de amizade? Sinceros? Verdadeiros?  São abraços que surgem a qualquer hora, em qualquer lugar e sem pedir permissão. Abraços verdadeiros que demonstram um sentimento que um adulto é incapaz de demonstrar, porque são puros, sem pensamento, inocentes.  Um abraço que conforta, um abraço que preenche, um abraço que envolve e seca as lágrimas dos que choram.  São abraços que fazem sorrir e que revelam calor. Calor que aquece um sentimento que se chama amizade.  Apesar dos seus braços serem pequenos, estes abraços não tem qualquer escala possível de os medir...  São abraços... Valiosos, Espontâneos e puros. #umacaixacheiadenada Rui

Uma folha de papel...

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Se uma folha de papel, fosse apenas uma folha de papel, não serviria para mais nada além de pintar, desenhar, escrever, recortar, dobrar...  Se esta folha é só uma folha, então só podemos desenhar, pintar, escrever,... mas se esta folha se enrola e de lá de dentro saem vozes, ou se ao espreitar vemos um par de olhos na outra extremidade, será uma simples folha, ou será apenas mais uma folha com defeito de fabrico?  Se a curiosidade em espreitar é tão grande, o que parecia uma  folha enrolada, tornou-se num túnel com olhos curiosos,, um telescópio. Tornou-se numa máquina de faladores, em que os mais pequenos são encorajados a experimentá-la e a falar, ou simplesmente a emitir sons... sons altos, sons baixos, sons longos ou curtos,...  Se esta folha deixar de ser uma folha, no que se poderá tornar?  Depois de brincarmos com a imaginação, a nossa folha ficou com algumas marcas. Marcas de bocas, como resultado de uma tentativa de exploração para fazer aquela máquina faladora fu

Na rua também se aprende

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Hoje saímos à rua porque o sol nos deixou.  Assim que os carros estacionam à nossa porta, a euforia é enorme. Todos querem sair da sala e ocupar o seu lugar, quanto mais depressa o fizermos, mais aproveitamos.  Hoje, não foi apenas um dia de passeio, foi um dia de ir ao parque dos dinossauros, brincar, subir escadas, brincar, descer escorregas, brincar, balançar de lá para cá e de cá para la e brincar.  O passeio foi decorrendo sem grandes velocidad es para que não enjoassem.  Nestes dias de passeio, em que o sol nos deixa sair, sentem-se uns verdadeiros re is nos seus coches. No entanto, coitados, esses coches andam de forma lenta, não há motores para os puxar e muito menos cavalos brancos para acelerar o passo da visita.  Em passo lento, mas esforçado, visitam cada canto da vila, alargando assim as paredes da sala para o espaço exterior.  Alargam-se conceitos, brincadeiras, conhecimentos e aprendizagens, abrem-se as portas e as paredes da sala, para umas paredes que

Uns chamam hora de almoço... outros de exploração

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Hora do almoço… de forma desordenada saem porta fora, passam o corredor que parece que não termina e chegam finalmente à porta onde se irão deliciar com maravilhosos sabores.  Encaminham-se para o seu lugar, mostrando que já sabem onde habitualmente se sentam.  Ansiosos e já com alguma fome, aguardam que lhes coloquem os seus babetes e, assim, comecem a comer a sua fruta.  A sopa vai ficando ao dispor de cada um.  Agarram na colher e, ainda de uma forma atrapalhada, levam-na à boca na tentativa de saciar a fome.  Nem toda a sopa entra na boca, algumas colheres perdem-se pela mesa, pelo babete, pelas pernas… as mãos começam a mexer na sopa, começam a sentir texturas, a perceber e a sentir cada legume que comem. Outras mãos, ainda com vestígios de sopa, passeiam-se pela cara, como se de uma máscara de beleza se tratasse!  Mas atenção, a ajuda chegou!  Os adultos ajudam aqueles que se vão divertindo com o seu prato e com a sua colher, ou aqueles que de forma constante pedem

#istonãoéumlençol

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Hoje apeteceu-me a mim.  Estiquei o lençol, sentei-me e deixei-me estar.  Os olhares, atentos, foram-me perseguindo e observando cada movimento que fazia: "o que se lembrou ele de fazer desta vez?"  Acredito eu, que foi o que pensaram... Aguardei... E aguardei...  Alguém se senta junto a mim, na esperança de que o lençol nos começasse a puxar para longe...  Não se mexeu.  Foi então que apareceu uma mão, outra e mais outra... E, na tentativa de nos fazer andar, o motor daquele carro , pesado, começou a mover-se, ...  Para onde? Nem eu sei para onde me levaram...  Mas isso não importa.  No entanto, também pude experimentar o que é ser transportado no nosso #istonãoéumlençol.  Acima de tudo brincaram, experimentaram o que é a força, a união, o esforço comum, não desistiram, envolveram-se, motivaram-se e deram o seu melhor para me fazer mover.  Afinal, aprenderam algo neste processo que se chama educação .. ou pelo menos, viveram mais uma experiência, mais

Mas que selva!

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O sol, hoje, decidiu não aparecer.  Em vez dele, apareceram pequenas gotas de chuva que desciam lentamente pela janela, chamando a atenção dos mais atentos e curiosos.  Cá dentro, na sala, houve chão para rebolar, houve lençol para puxar, e túnel para atravessar.  Uma manhã cheia de brincadeiras.  Até que... tudo parou!  Ouvimos dizer que os animais andavam à solta.  Disseram-nos que rugiam e eram perigosos. Mas o que descobrimos, é que nos tornamos domadores de animais selvagens, acreditem ou não, obedeciam a tudo o que desejávamos fazer!  Outros tornaram-se pastores de pequenas ovelhas que cuidavam cuidadosamente nas suas pequenas mãos.  Outros, ainda, olhavam apenas com um olhar atento para aquela selva e quinta...  Afinal, só aqui é possível, porque não é em todos os sítios que podemos juntar animais selvagens e animais da quinta sem que haja confusão! #umacaixacheiadenada Rui 

#istonãoéumlençol

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Quando se utiliza em sala um #istonãoéumlençol e nascem montanhas, grutas, tendas, carros onde todos desejam ser transportados, casas onde todos se querem proteger, monstros que adoram assustar e fazer rir, aviões que os fazem voar rumo à imaginação, só podemos falar de valorizar o brincar, a imaginação e a cumplicidade entre todos!  Os risos não se gastam e aumentam a cada brincadeira que se faz. Todos querem usar e experimentar o nosso simples #istonãoéumlençol ... #umacaixacheiadenada  Rui

#nãoéumacaixa

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Para tantos é apenas uma caixa, para nós, isto #nãoéumacaixa! Se a confusão anda instalada, se a necessidade de se aventurarem, de explorar e de imaginar é urgente, que o façam, que brinquem! Que explorem, que se divirtam! É um túnel de onde poderá surgir, a qualquer momento, um comboio a toda a velocidade. É uma encomenda que nos chegou no correio e dentro dela vêm sorrisos e pequenos catraios que estão prontos para serem grandes exploradores! Neste caso, a nossa #nãoéumacaixa é apenas um escorrega, que permite descer e criar risadas sinceras, que refletem a pura diversão do que é ser criança. É apenas uma #nãoéumacaixa que permite descer, mas que também permite subir e testar o equilíbrio e a capacidade de persistência. E não se esqueçam, que a nossa #nãoéumacaixa faz-nos imaginar tudo o que queremos, faz-nos ter poder sobre a nossa imaginação e criatividade, faz-nos simplesmente acreditar que isto #nãoéumacaixa! #umacaixacheiadenada Rui

#umacaixacheiadenada

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Hoje é o dia.  O dia em que a caixa se vai abrindo aos poucos e começa a permitir que imagem a imagem, texto a texto, experiência a experiência, se acumule dentro dela.  É uma caixa que vive do que lhe dão, que se enche do que se vive, que se recorda do que está guardado na memória...  Esta caixa relata episódios de Creche, episódios do Pré-escolar, episódios de crianças que são isso mesmo, crianças... que vivem na Educação de Infância!  É uma caixa que provoca e pretende provocar a reflexão, o diálogo e a discussão! é uma caixa que acolhe todos os que dela quiserem fazer parte.  É uma caixa Cheia de Nada, que se torna memória de todos e para todos os que a visitam.   É uma caixa aberta, cheia de nada, mas cheia de tudo. #umacaixacheiadenada Rui