O tempo da infância não tem pressa (adaptações)
O tempo da infância não tem pressa (adaptações)
O início do ano letivo é, para muitas crianças, um recomeço cheio de emoções misturadas: entusiasmo, curiosidade, medo, insegurança. A adaptação não se mede em dias de calendário, nem em horários rígidos, mede-se em vínculos, em relação, em sorrisos e abraços partilhados e na confiança que vai crescendo de forma invisível.
Cada criança traz consigo a sua história, o seu ritmo e a sua forma única de viver o mundo. Algumas correm para a sala de braços abertos; outras preferem espreitar com passos tímidos. Ambas estão certas. Ambas precisam de ser respeitadas. Ambas precisam de tempo.
A adaptação é um processo de escuta, onde os adultos devem estar dispostos a ouvir os medos, a dar espaço às lágrimas, a celebrar as pequenas conquistas.
A adaptação é permitir que o brincar seja ponte entre o novo e o familiar. É compreender que a infância é feita de tentativas, de tempo e de cuidado.
Se há algo que não podemos esquecer, é que a infância não se repete. A pressa é dos adultos, não é das crianças. E, quando respeitamos o ritmo e o tempo das crianças, a escola deixa de ser apenas um espaço de transição e passa a ser um lugar de pertença, de cuidado, de relação e de acolhimento.
Neste início de ano, observa mais. Escuta o silêncio, os gestos e os olhares das crianças, é aí que está escondida a resposta sobre como elas se estão a adaptar.
Rui Inácio
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