3... 2... 1... PARTIDA!!!!

O trânsito hoje está impossível. 
As idas à casa de banho aumentaram e fizeram com que a fila, para circular nesta via, aumentasse. 

Em fila, ou sentados no chão, aguardam pacientemente a sua vez, para que possam iniciar mais um processo de transição ou de aceleração. 

Os que estão sentados nos seus veículos, quase parecem engolidos pelos mesmos, no entanto, a corrida começa e, um a um, a seu tempo, vão ultrapassando esta estrada e esta mudança, de fralda para o veículo que quase os engole.   

"Já tá" diz o condutor do veículo 1. 
Por ordem de chegada, é chamado o próximo condutor. 
Apressadamente, levanta-se do seu lugar e senta-se de sorriso no rosto.

A corrida começa em direção a… sabe-se lá onde!  
O condutor do veículo 1 chega à sala e, com sorriso de orelha a orelha, diz aos outros "Xixi, sanita". Apesar dos seus colegas de prova não terem qualquer reação, dirige-se a mim e diz, novamente, "Xixi, sanita". 

Depois um sorriso e de um abraço, surge a valorização de tal feito e de ter ganho tal corrida; aparece mais um corredor, "Xixi". 
Pergunto, “fizeste xixi? 
"Si, xixi" e, da casa de banho ouço, "Rui, ele não fez nada!" 

Desta vez não atingiu aquilo que queria, nem aquilo que queríamos: utilizar o seu veículo para chegar mais longe. 

No entanto, existiu um esforço, igualmente premiado, para que, aos poucos, consiga alcançar uma enorme taça! Uma taça seca que não o faça sentir frustrado. 

Estas corridas que acontecem ao seu ritmo, vão valorizando as tentativas e os esforços, para que consigam finalmente, utilizar a sanita, ou melhor dizendo, o veículo. Se há dias, em que de forma autónoma, demonstram essa vontade, também há aqueles em que nem se lembram que podem participar neste grande evento. 

No entanto, é importante pensarmos que, para conseguirem ganhar uma corrida, terão de haver diversos treinos, feitos nas pistas da escola e nas pistas de casa. Os condutores tornam-se mais coerentes nos seus objetivos de corrida, mais persistentes e mais esforçados. Além disso, sentem que apesar de ser uma corrida individual, as diferentes claques apoiam-nos nas duas pistas. E é esse apoio, comum, que os leva a acreditar que conseguem ganhar uma corrida que, por vezes, se torna tão difícil! 

Uma corrida que, em alguns casos, os faz ter medo dos veículos e faz com que não se aventurem e muito menos se esforcem. 

Somos as claques de apoio que necessitam para se tornarem persistentes e seguros desta condução. 

O sentimento que criam levam a que se aventurem mais facilmente nas corridas, que as reconheçam como fundamentais neste processo de crescimento, valorizando a sua autoestima e a sua confiança. Os treinadores de bancada tornam-se os verdadeiros apoiantes, verdadeiros incentivos para concluir estas corridas.

Aos treinadores de bancada pede-se paciência, pois é uma corrida difícil de correr, é um processo difícil de ultrapassar, é uma corrida que só fará sentido se todos tiverem comum o objetivo final!

Que corridas, que corridas loucas,… que desafios! 

#umacaixacheiadenada

Rui 

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