Sinto-me aprisionada na minha profissão!
Todos os dias vou trabalhar. Sei o que tenho de fazer. As orientações que me são dadas são precisas, "Deves mostrar trabalho! Os pais pagam para termos um bom serviço, um serviço de qualidade." Não me permitem argumentar, ou se o fizer nunca sou ouvida, nunca sou escutada como gostaria de fazer para com as crianças que tenho diariamente. A sala está cheia de cor, de tal forma, que por vezes até me faz pensar no exagero que ela própria se torna, na distração incrível e pouco intencional que se vê refletida nas paredes para aquelas crianças. Mas continuo aprisionada ao que me obrigam a fazer, ao que me obrigam a ser, ao que obrigam aquelas crianças a sofrer. Sinto, diariamente, que mesmo quando surgem de sorriso no rosto, me levam a acreditar que as faço felizes, mesmo que não brinque tanto como desejaria, mesmo que não as leve à rua como gostaria, mesmo que não revele os meus princípios e a minha verdadeira essência na educação de infância. Afinal, torno-me