Ofereça, neste Natal, tempo em família e não brinquedos em excesso!

Hoje é o dia

Hoje é o dia em que, ansiosos, os mais novos demoram a adormecer.
Hoje é o dia em que a excitação toma conta de tantas casas.
Hoje é o dia em que as árvores de Natal ficam, ainda, mais iluminadas com as luzes de Natal, com os sorrisos, os abraços e o amor dos familiares. 
Hoje é o dia em que o papel de embrulho se passeia pela casa. 
Hoje é o dia em que os pequenos, entusiasmados, brincam como se não houvesse amanhã. 
Hoje é o dia em que o stock de brinquedos cresce nas casas e faz com que o Natal, seja reflexo do consumismo e de preocupações desnecessárias. 

Hoje é o dia, em que transmitimos aos mais crescidos a verdadeira importância do Natal. 

Há algum tempo as escolas começaram, empenhadas, a fazer pequenas lembranças de Natal. 
Saíam todas iguais, para que, os pais não pudessem reclamar dos diferentes presentes ou da qualidade do resultado, mesmo sendo feito pelos mais novos. Mas, mesmo assim, e após receberem o seu presente, ainda se tenta perceber se o mesmo era maior ou menor do que o do vizinho. Ainda se tenta perceber se foi feito com empenho ou não, se ficou bonito ou não. 

Que reações terão os pais quando virem que o presente não é perfeito? 
Que reações terão quando perceberem que não está enquadrado e que, a pintura não foi feita cobrindo todos os espaços vazios? 
Que valores se passam para os filhos? 

Hoje, a festa acontece à volta de cada mesa. Mas, à volta da árvore, as crianças recebem uma infinidade de brinquedos, que parece não terminar. Mesmo passando por dificuldades, prioriza-se o materialismo, a quantidade e não o real valor da época. 

As crianças desembrulham, a toda a pressa, as dezenas de brinquedos. Alguns deles apenas os verão neste dia, porque diariamente, e tendo em conta a oferta, são postos de lado e tornam-se completamente desvalorizados. 

A brincadeira começa. A exploração de cada brinquedo dura apenas uns meros minutos e de brinquedo em brinquedo, vão tentando entender que som ou que movimento faz. E, brinquedo após brinquedo, vão deixando-os de parte, e assim, ficam guardados para o resto do tempo. 

A ansiedade leva a que não se explore o que se recebeu, leva a que não se envolvam, não se concentrem, não tenham objetivo definido, leva a que a quantidade não permita um brincar de qualidade, e de facto o brincar vai acontecendo e vai-se construindo de brinquedo em brinquedo. 

Na escola, torna-se visível este comportamento, em que nada lhes agrada, em que nada os faz brincar, em que nada detém o seu interesse... Nada, não! Referimos os brinquedos, os materiais, os bens materiais. 

Valorizam, sim, os outros e, de forma constante, procuram o abraço, as palavras de afeto, o tempo de atenção individual, o tempo que permite, olhos nos olhos, dizer que gostam de nós. E nós retribuímos esse gesto, porque tal como eles, estamos a ser verdadeiros. Somos seres de afeto, uma profissão que abraça, sente, gosta e ama. 

As prendas são substituídas pela relação, por cada momento de companheirismo e pela amizade, pela valorização das histórias mirabolantes que nos contam e levam a entrar nesse mundo da imaginação e de sonho. É um momento de atenção e de relação, uma verdadeira prenda, desembrulhada de um modo extremamente cuidado.  

Mas é noite de Natal. Enquanto brincam em casa, nesta noite especial, os sorrisos tomam conta de pequenos momentos. Os abraços substituem o tempo que jogam no telemóvel e, sem darem por isso, os brinquedos começam a ficar sossegados e adormecem espalhados pelo chão. Enquanto isso, a melhor prenda está a chegar! Cansados de tanta excitação, começam a apoderar-se dos colos, na ânsia de terem atenção, carinho e conforto. 

Está na hora de dormir, mas antes de fechar os olhos, a prenda que se desembrulha, é a maior e a mais importante de todas. A melhor prenda chama-se amor, relação, afeto, chama-se tempo para os filhos, chama-se  família! 

Embalados nas palavras de histórias, de pequenas canções, adormecem felizes, não pela quantidade de prendas, mas pela qualidade deste último embrulho desembrulhado.

Que os presentes, em grande quantidade, e que os brinquedos que parecem não terminar, deem lugar a momentos que permitam a concentração, o empenho e a motivação. Que o melhor presente a dar, em qualquer altura, seja o tempo, tempo de afeto, de amizade, de conforto, de família. 

Essa será a prenda que recordarão de forma carinhosa. Será a prenda que recordarão ao longo das suas vidas, a prenda que irão "comprar" para os seus filhos, o tempo em família. 

Que consigamos entender, não são os bens materiais que tornam as crianças mais atentas e empenhadas; não são os brinquedos que os tornam seres sensíveis e indivíduos de afetos, mas sim, a nossa atitude, a nossa presença, o modo como nos entregamos, como nos relacionamos e como os respeitamos. 

Sejamos um exemplo de relação, para que, eles próprios, sejam capazes de se relacionar e valorizar o outro. 


Feliz Natal 

#umacaixacheiadenada

Rui


Comentários

  1. Um beijinho, Rui! Que o Natal te traga muitos presentes destes!

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  2. Um Natal muito feliz cheio de saúde! Continue espicaçar as nossas mentalidades! Beijinho natalício 🎄

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